Visão embaçada. Vermelhidão. Ardência, coceira e ressecamento dos olhos, a ponto de você ter a sensação de que existe areia ou outro corpo estranho ali.
Esses sintomas são familiares para você?
Se sim, pode ser a síndrome do olho seco, também conhecida como ceratoconjuntivite sicca ou síndrome da disfunção lacrimal. E é bem disso que se trata: uma disfunção lacrimal.
Ou seja, uma doença caracterizada pela produção de menor quantidade ou de menor qualidade das lágrimas. O que prejudica a lubrificação, a limpeza e a proteção da região ocular contra substâncias estranhas ou microorganismos.
Além dos sintomas acima, é possível também haver intolerância à luz, dificuldade para mexer as pálpebras e aumento na produção de muco (nos quadros mais graves).
E para que você saiba ainda mais sobre o assunto, a Oftalmo Day preparou este artigo.
Continue conosco e veja:
- Síndrome do olho seco ou um quadro eventual de secura ocular?
- Quais as causas da síndrome do olho seco
- Como é feito o diagnóstico da síndrome do olho seco
- Que consequências a síndrome do olho seco pode provocar
- Como tratar a síndrome do olho seco
Síndrome do olho seco ou um quadro eventual de secura ocular?
Você pode ter praticamente todos os sintomas listados na abertura deste artigo e ser apenas um quadro eventual de secura na vista, não uma doença oftalmológica.
Isso acontece normalmente quando a razão são fatores externos e não uma alteração orgânica. Por exemplo: quando você passa um tempo prolongado diante das telas de desktops, smartphones, tevês ou em ambientes muito secos, ou com baixa umidade.
A grande diferença entre casos desse tipo e os de quem tem a síndrome é que neles os incômodos são passageiros – duram apenas enquanto a lubrificação do olho volta ao normal. Já quando a pessoa tem o distúrbio, os efeitos permanecem até que ela faça um tratamento.
Quais as causas da síndrome do olho seco
As causas são variadas e a síndrome afeta tanto o sexo masculino, quanto o feminino.
Mas é mais comum nas mulheres com mais de 40 anos. Isso porque:
- a idade avançada pode alterar o volume e a composição das lágrimas
- mudanças hormonais que acontecem na gravidez e na menopausa também são fatores de risco para a doença
De qualquer forma, o problema também pode ser desencadeado por:
- anormalidades na pálpebra
- efeitos de alguns remédios – por exemplo: antidepressivos, antialérgicos, diuréticos, anti-histamínicos, betabloqueadores, amiodarona e isotretinoína
- presença de doenças autoimunes e sistêmicas – como síndrome de Sjögren, artrite reumatoide e lúpus
- histórico de rotina com exposição prolongada a fatores externos que prejudicam a lubrificação dos olhos – como raios solares, ventos, fumaça, ar condicionado, telas de dispositivos eletrônicos, entre outros.
Como é feito o diagnóstico da síndrome do olho seco
Em geral, o diagnóstico é clínico. E é importante frisar isso: só um especialista saberá dizer com precisão se você realmente tem a síndrome.
Isso por os sintomas serem parecidos com os de outros quadros, como alergia e conjuntivite, por exemplo.
Para avaliar o nível de produção das lágrimas, o oftalmologista pode recorrer ao exame da lâmpada de fenda e ao teste de Shirmer.
E vale lembrar que, assim como em tudo que envolve a saúde, quanto antes você souber se tem o problema e iniciar o tratamento recomendado, melhor.
Que consequências a síndrome do olho seco pode provocar
Nossas lágrimas têm importantes funções. Quando estão funcionando normalmente, são responsáveis por:
- lubrificar os olhos, hidratando e mantendo saudável a córnea;
- limpar a região ocular;
- proteger a córnea e os olhos contra agressões de substâncias estranhas (inclusive do próprio movimento das pálpebras) e microorganismos.
Por isso, além dos incômodos já mencionados, a síndrome do olho seco facilita a contaminação dos olhos e lesões na córnea. E, se não for tratada adequadamente, pode acabar até levando à cegueira.
Como tratar a síndrome do olho seco
O tratamento da síndrome do olho seco é relativamente simples. E os resultados são rápidos.
Eles envolvem, por exemplo:
- colírios hidratantes específicos (conhecidos como lágrimas artificiais);
- compressas mornas nos olhos;
- anti-inflamatórios – para recuperar a superfície ocular prejudicada e também aumentar a produção das lágrimas;
- obstrução do ponto lacrimal – de forma permanente ou temporária – por meio de colocação de plug em consultório ou cirurgia. A intenção é a de segurar a lágrima natural por mais tempo no globo ocular.
E, claro:
- recomendação para que o paciente reduza a exposição a fatores externos desencadeantes (já comentados acima) ou que conte com acessórios, ferramentas e estratégias que minimizem os impactos, como:
- usar chapéus, viseiras e óculos escuros com filtro para se proteger do sol;
- se morar em local seco, ter um umidificador;
- fazer pausas, sempre que for preciso passar muito tempo seguido nos computadores ou celulares;
- ter o hábito de piscar com frequência, quando estiver diante das telas;
- evitar ambientes muito poluídos;
- ingerir muita água;
- usar lentes de contato específicas para quem tem disfunção lacrimal;
- se a doença foi desencadeada por outro problema de saúde, precisa tratar a causa.
Em caso dos sintomas da síndrome ou de qualquer outro problema ocular, conte conosco.